Se hoje
fosse uma noite de lua cheia eu dançaria na rua ao som de fanfarras
escandinavas na companhia de osgas e de bobos de corte sifílicos até os gatos
chorarem bílis... mas enquanto os sonos das algas marinhas forem perseguidos
por pesadelos fálicos, as chuvas lilases de Primavera vão continuar a matar os
charutos cubanos com Escarlatina.
Sendo
verdade que poucos males há no mundo que não possam ser resolvidos por uma
escadaria repleta de crianças em gabardines a comer bolos de arroz, a
transpiração dos caminhos de ferro enferrujará sempre as guelras dos corações
das mulheres ruivas.
Proponho
então que todas as pêgas literadas apresentem o seu abaixo assinado para que
cessem por fim os toques de telefone entre as 3 da tarde e as 7 da noite das
terças feiras dos anos bissextos. E aí será possivel; mas apenas se todos os
sapatos forem de cores diferentes e se os guaxinis conseguirem salvar os coros
femininos de Gospel da forca.
A muitos
parte o coração ver as febres das serpentes virgens, que lhes provoca aquela
fome de amor que as faz roer incessantemente as unhas. Ora, para isso, que lhes
pintem os olhos de roxo, porque não há nada mais triste no mundo do que uma chávena
de chá frio.
Quando
espreito pelos buracos dos ratos nas paredes dos barcos á vela, consigo ver de
relance a cura para o cancro do colo do útero e os anões de cor albinos a
organizarem as suas quermeses (e são as melhores! nada supera comer algodão doce
enquanto se queima os pedófilos e as bruxas húngaras na fogueira).
Certo dia, á
beira de um rio de lixívia, o T.S. Elliott escreveu-me um haiku de amor, e
morreu de seguida, com um violento ataque de taquicardia sarcástica. Beijei-lhe
o peito do pé e segui o meu caminho, deixando o meu eterno rasto de nenúfares e
matéria estelar. Como em Júpiter cheira sempre a canela, parei de cantar e
deixei os pirilampos vespertinos erotizarem-me as pontas dos dedos.
As minhas
têmporas engravidaram de fantasias e esperei pelo parto num leito de bolo-rei e
tabaco com sabor a mirtilos. Tive, passado 5 semanas, as minhas 4 filhas: a
Raposa, a Colher, a Disenteria, e a Sobrancelha de Dali, que embalei no meu
colo com canções revolucionárias em tom de D#m7. Todas elas cheiravam a
hortelã-pimenta tépida...
Vi um coelho a correr apressado para
dentro de uma árvore, mas não achei que fizesse sentido, por isso ignorei.
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