"When critics disagree, the artist is in accord with himself"

Oscar Wilde

27.5.10

Interpol

Retiro tudo o que tinha dito até agora acerca deste assunto e retiro parte dos nomes feios que chamei aos U2 (mantenho a outra parte dos insultos que é para ver se aprendem).

Os Interpol perceberam que fazer a primeira parte nuns concertos em Coimbra que estão esgotados há quase um ano era uma brincadeira de mau gosto e por isso estarão em Lisboa a 12 de Novembro para um (apropriado) concerto em nome próprio no Campo Pequeno. Os bilhetes custam entro os 30 e os 35 euros e estarão à venda a partir de amanhã (dia 28) nos sítios do costume (mas não no Pingo Doce, imagino).


24.5.10

Livros ao preço da chuva? Manda vir!

Há já bastante tempo que os únicos livros que compro em Portugal são as edições baratuchas que vêm de vez em quando com o Público ou com a Visão ou bagatelas em segunda mão comprados nas feiras do livro das estações do Metro. Confesso que sim, sou sovina, e custa-me muito dar mais do que 15€ por um livro, e mesmo assim...

Por isso é que uma das melhores coisas que me aconteceu foi receber a dica de um amigo acerca de um site inglês - www.bookdepository.co.uk - onde há de tudo, por preços acessíveis e sem - repito, SEM - portes de envio.

Para vos dar um exemplo do género de poupança de que se está a falar: no há cerca de um ano tive de adquirir o seguinte titulo por motivos académicos, "The expression of the emotions in Man and animals" de Darwin. A edição portuguesa, publicada pela Relógio d'Água custava cerca de 20€ nas livrarias. Comprei uma edição toda catita da Dover Publications por  11,32€, e para mim, é um bónus ler uma obra na língua original. É aquilo que se chama vulgarmente de situação "win-win".

Vejam por vocês próprios. Posso dizer que neste momento o meu basket conta com 7 livros por uns meros 24€. Pesquisem as áreas dos vossos interesses e certamente encontrarão uns belos negócios!

Naturalmente, esta dica dirige-se a quem lê em Inglês confortavelmente (apesar de se conseguir encontrar uma ou outra edição noutras línguas) com a vantagem de poder ler autores anglo-saxónicos sem as constrições do trabalho de tradução.

Espero que vos seja útil a sugestão. Enjoy!

20.5.10

Great News!

Deus sabe que eu andava a precisar de uma boa noticia. Os deuses falaram e a boa nova foi anunciada!


Dia 19 de Setembro os Eels vão dar concerto no Coliseu dos Recreios!




Joy to the world! Praise the Lord!



13.5.10

A banda mais underrated do mundo

Peço desde já desculpa pelo inglesismo, mas confesso que a palavra “subvalorizado” não me parece suficiente para transmitir a ideia de injustiça e frustração implícita na expressão underrated.

Antes de chegar ao assunto fulcral, queria (e ainda quero, é um pretérito de cortesia) adereçar a seguinte questão: parece que é uma ideia generalizada que uma banda indie para ser indie, ter de ser underrated, porque se uma banda indie tiver sucesso, deixa de ser indie.
Isto é absolutamente falacioso, e eis porquê: indie é, concretamente, diminutivo para independente. Mas a independência em questão não é em relação a editoras (muitas bandas indie têm contractos com grandes editoras) nem em relação aos media. O indie tem a ver com a liberdade criativa de fazer música fora dos parâmetros, modelos, restrições e convenções do mercado, evitando ao máximo a associação com um ou outro determinado género ou movimento (ironicamente, criando um novo género, mas não vamos falar disso agora). Ser indie é ver toda a gente a correr numa direcção e decidir ir no sentido contrário. O que o indie NÃO é, certamente, é ser-se estupidamente genial mas viver uma carreira inglória. Isso está fora de moda e já não se usa desde o Nick Drake.
Não só há bandas/artistas indie com sucesso desmesurado (basta olhar para os cartazes dos festivais de Verão deste ano) como há bandas indie que são simplesmente más e não têm sucesso porque são inaudíveis. Indie não pressupõem qualidade nem obscuridade. A dificuldade em obter visibilidade prende-se unicamente com o principio de subversão daquilo que é convencional da construção musical, que torna as musicas menos “comerciais”. É uma dificuldade, mas não é uma impossibilidade. Que isto seja ponto assente.
Agora, verdade indiscutível: os amigos indie são os mais chatos que se podem ter. Porque somos aqueles que tentam impingir insistentemente coisas estranhissimas como dEUS, Belle and Sebastian, Moldy Peaches, ou Inspiral Carpets, e não percebemos como é que os nossos amigos não adoram aquilo, como nós.
E desta forma, chego ao meu objectivo, impingir-vos com entusiasmo aquela que eu considero ser a banda mais injustamente underated da actualidade: os Gomez.

Os Gomez são britânicos mas não são musicalmente british, tanto que até ter ido pesquisar, estava convencidissima de que seriam americanos. O som dos Gomez causa alguma estranheza, por ser uma mistura de sons e registos familiares (folk, electrónica, rock e ainda mais qualquer coisa) combinados de formas improváveis mas confortáveis. É uma daquelas bandas que não acredita em tal coisa como DEMASIADAS variações numa só música, e neles, funciona! É também uma caracteristica incomum a co-existência de 4 vocalistas na banda, com registos bastante diferentes que acrescentam uma textura mais interessante e menos cansativa às canções (considerando que a voz de Ben Ottewell é de barítono meio mastigado-meio arrastado - mas menos enervante que o Eddie Vedder- e Ian Ball têm uma voz tão doce que sem o contraste dos arranjos e das outras vozes podia estar numa qualquer boy band moderna – conferir o inicio de “Cry on Demand”)
Os Gomez começaram a sua carreira há mais de 10 anos e lançaram 6 álbuns de originais, por ordem:  Bring it On, Liquid Skin, In Our Gun, Splitt the Difference (o meu favorito), How we Operate e A New Tide. No Reino Unido tiveram reconhecimento junto da critica e merecido sucesso comercial, mas por alguma razão, o resto do mundo não leva os Gomez em braços, e eu não sei porquê. Caso não saibam, os Gomez vão actuar em Portugal, no festival Alive, e o melhor que tiveram foi o seu nome em letrinhas pequenas no cartaz, um concerto diurno, e se for como em Paredes, meia dúzia de gatos pingados a delirarem por vê-los ao vivo, enquanto a maior parte do público vai comer qualquer coisa.
Aconselho Gomez vivamente, e espero ver-vos bem cedinho no passeio marítimo de Algés no dia 10 de Julho.