"When critics disagree, the artist is in accord with himself"

Oscar Wilde

12.7.10

Alive and kickin'

Não me vou alongar muito acerca do Alive para não ficar muito alterada, ficam no entanto estas ideias:

- A organização falhou redondamente: uma demora inaceitável para entrar no recinto no primeiro dia devido a um processo lento e mal pensado de troca dos passes de 3 dias por pulseiras que resultou na revolta dos pobres pagantes que, tendo chegado a horas, perderam vários concertos por estarem retidos na fila para entrar.  A organização espacial do festival que foi funcional em edições passadas, mas provou ser impraticável num ano de lotação esgotada. Demasiadas filas para comer, demasiada gente a circular, demasiado tempo para ir de um palco para outro. A saída do recinto após o concerto de Pearl Jam foi angustiante, com 45 mil pessoas a seguirem todas na mesma direcção, uma vez que saída do recinto, só há uma. Aqui a vossa amiga teve um divertido ataque de claustrofobia no meio da multidão e teve de se refugiar à beira de um balcão de cachorros quentes. Very nice.

- Porque andar a espreitar de um palco para outro era complicado, optei por escolher um palco e ficar por ali, e portanto perdi muitos concertos. Ou melhor, só vi mesmo aquilo que me interessava ver. Fui também forçada a tomar algumas escolhas em casos de concertos em simultâneo. Sobre os que ficaram de fora não me poderei prenunciar. Tenho pena de ter perdido Noiserv e Legendary Tiger Man e suas muchachas. Não tenho pena de ter perdido La Roux nem Biffy Clyro. Fiz até questão de estar bem longe.

- Nunca fui particularmente fã de Faith no More mas rendo-me a Mike Patton e parece-me difícil que alguém discorde de que este foi o melhor concerto do festival. Patton dá espectáculo e entrega-se, é divertido e inesperado. Muito acima das minhas expectativas e muito acima da média.

- Gossip foi uma experiência religiosa. A actuação foi no palco secundário a pedido da banda e a multidão encheu a tenda SuperBock, até haver pessoas literalmente penduradas ao tecto. Beth Ditto é toda ela amor. O final do concerto com o combo Heavy Cross + I will always love you foi de uma entrega absoluta e um dos momentos mais marcantes do festival. 

- Eu não vi nem ouvi Pearl Jam. Isto porque os fãs de Pearl Jam não me deixaram. A multidão apinhou-se para mostrar a Eddie Vedder que andou a treinar e sabe as letras todas de cor. Eu passei as quase duas horas de concerto a ouvir muita gente a cantar e a saltar à minha volta, mas Pearl Jam, não, não os vi. Os fãs incondicionais vão sempre dizer que foi espectacular e a melhor coisa desde o pão às fatias. A mim pareceu-me um concerto bom, eficaz, bem calculado. Mas não me parece que seja coisa para mudar a vida de ninguém.

Eu aprovo disto!
- Como eu previ, houve cerca de 10 pessoas realmente entusiasmadas com o concerto de Gomez. À minha frente estavam umas pessoas sentadas a jogar às cartas durante o concerto. Alguém gritou "Get Myself Arrested" umas quantas vezes, mas não pegou. A mim soube-me a pouco, e resta-me esperar que cá venham em nome próprio.





- Isto de festivais urbanos cansa como o raio. Festival a sério é pegar na tenda e na trouxa e ir para longe de Lisboa. É claro que para o ano esqueço-me e vou ao Alive outra vez, mas por agora estou muito exaurida. 

Curtam Gomez e não se esqueçam de comprar bilhete para Arcade Fire.





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