Não me vou alongar muito acerca do Alive para não ficar muito alterada, ficam no entanto estas ideias:
- A organização falhou redondamente: uma demora inaceitável para entrar no recinto no primeiro dia devido a um processo lento e mal pensado de troca dos passes de 3 dias por pulseiras que resultou na revolta dos pobres pagantes que, tendo chegado a horas, perderam vários concertos por estarem retidos na fila para entrar. A organização espacial do festival que foi funcional em edições passadas, mas provou ser impraticável num ano de lotação esgotada. Demasiadas filas para comer, demasiada gente a circular, demasiado tempo para ir de um palco para outro. A saída do recinto após o concerto de Pearl Jam foi angustiante, com 45 mil pessoas a seguirem todas na mesma direcção, uma vez que saída do recinto, só há uma. Aqui a vossa amiga teve um divertido ataque de claustrofobia no meio da multidão e teve de se refugiar à beira de um balcão de cachorros quentes. Very nice.
- Porque andar a espreitar de um palco para outro era complicado, optei por escolher um palco e ficar por ali, e portanto perdi muitos concertos. Ou melhor, só vi mesmo aquilo que me interessava ver. Fui também forçada a tomar algumas escolhas em casos de concertos em simultâneo. Sobre os que ficaram de fora não me poderei prenunciar. Tenho pena de ter perdido Noiserv e Legendary Tiger Man e suas muchachas. Não tenho pena de ter perdido La Roux nem Biffy Clyro. Fiz até questão de estar bem longe.
- Nunca fui particularmente fã de Faith no More mas rendo-me a Mike Patton e parece-me difícil que alguém discorde de que este foi o melhor concerto do festival. Patton dá espectáculo e entrega-se, é divertido e inesperado. Muito acima das minhas expectativas e muito acima da média.
- Gossip foi uma experiência religiosa. A actuação foi no palco secundário a pedido da banda e a multidão encheu a tenda SuperBock, até haver pessoas literalmente penduradas ao tecto. Beth Ditto é toda ela amor. O final do concerto com o combo Heavy Cross + I will always love you foi de uma entrega absoluta e um dos momentos mais marcantes do festival.
- Eu não vi nem ouvi Pearl Jam. Isto porque os fãs de Pearl Jam não me deixaram. A multidão apinhou-se para mostrar a Eddie Vedder que andou a treinar e sabe as letras todas de cor. Eu passei as quase duas horas de concerto a ouvir muita gente a cantar e a saltar à minha volta, mas Pearl Jam, não, não os vi. Os fãs incondicionais vão sempre dizer que foi espectacular e a melhor coisa desde o pão às fatias. A mim pareceu-me um concerto bom, eficaz, bem calculado. Mas não me parece que seja coisa para mudar a vida de ninguém.
Eu aprovo disto! |
- Como eu previ, houve cerca de 10 pessoas realmente entusiasmadas com o concerto de Gomez. À minha frente estavam umas pessoas sentadas a jogar às cartas durante o concerto. Alguém gritou "Get Myself Arrested" umas quantas vezes, mas não pegou. A mim soube-me a pouco, e resta-me esperar que cá venham em nome próprio.
- Isto de festivais urbanos cansa como o raio. Festival a sério é pegar na tenda e na trouxa e ir para longe de Lisboa. É claro que para o ano esqueço-me e vou ao Alive outra vez, mas por agora estou muito exaurida.
Curtam Gomez e não se esqueçam de comprar bilhete para Arcade Fire.
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